Translate

domingo, 28 de setembro de 2014

JÉSUS GONÇALVES

Músico, poeta e teatrólogo
No dia 12 de julho de 1902, Jésus Gonçalves nasce em Borebi, interior de São Paulo. Com 3
anos, fica órfão de mãe e passa a maior parte da infância em Agudos - cidadezinha próxima a
Borebi -, sob a tutela do tio.
Ao voltar para a cidade natal com 14 anos, Jésus começa a trabalhar na Fazenda Boa Vista,
como cultivador e beneficiador ora de algodão, ora de café. Na mesma época, inicia-se na
música com um velho "baixo de sopro" e forma um grupo musical - a Bandinha de Borebi. De
personalidade marcante e espírito de liderança, torna-se conhecido no vilarejo como organizador
e animador das quermesses e festas locais.
Aos 17 anos, muda-se para Bauru e freqüenta por algum tempo o Colégio São José. Deixa a
escola sem concluir o ginásio (hoje, ensino fundamental). Trabalha como tesoureiro da
prefeitura. Aos 20 anos, casa-se com a viúva Theodomira de Oliveira, que tem duas filhas. Com
ela tem mais quatro filhos. Oito anos depois, em 1930, a mulher morre de tuberculose. Jésus cuida sozinho dos seis filhos.
Nessa época, além do trabalho na prefeitura, Jésus participa da Jazz Band de Bauru - a banda municipal - tocando clarinete.
Atua e dirige peças de sua autoria nos teatros de Bauru e cidades vizinhas. Paralelamente, grande apreciador de poesia e
prosa, colabora com freqüência nos jornais Correio da Noroeste e Correio de Bauru.
Algum tempo após a morte de Theodomira, Jésus se casa com Anita Vilela. A união duraria 12 anos, até o falecimento da
segunda mulher .
Provação
A visão do espírito de seu pai em uma vida pregressa a marcou muito, a ponto de Yvonne não reconhecer como verdadeiro o
pai da última encarnação. Aquele espírito a acompanhou durante toda sua infância, que foi um período bastante problemático
em virtude de suas visões. Outro espírito também muito presente foi o de Roberto Canelejas, com quem ela conversava
freqüentemente.
Yvonne chorava muito e tinha verdadeiras crises nervosas provocadas pela saudade que sentia desses espíritos. As freqüentes
recordações de suas vidas passadas era um problema para a família. Durante sua infância, assistia a sessões mediúnicas feitas
em sua casa. Nessas ocasiões, habituou-se às comunicações com o dr. Bezerra de Menezes.
Mediunidade
A grande provação na vida de Jésus o alcança aos 27 anos, quando é acometido pela hanseníase, doença popularmente
conhecida como lepra. Naquele momento, ele ainda não pode compreender que se trata de um resgate de reencarnações
passadas. "A teu mando, milhões de açoites erguiam-se, abrindo feridas, mutilando membros, promovendo aleijões,
desconjuntando corpos. Aniquilaste a alegria de viver de dezenas de cidades, levando a apreensão e o terror à simples
aproximação de tuas tropas. Para o resgate de tais violações, receberás as artes por ferramentas que te permitirão
recompensar o terror de outrora, pela alegria do divertimento sadio que proporcionarás aos povos das cidades em que
habitarás. Porém não as receberás de forma facilitada não, porque não haverão facilidades para ti. A espiritualidade estará
assistindo teu reeducar e colocará em teu caminho as oportunidades, mas competirá a ti aproveitá-las ou não."
Ateu e inconformado, Jésus busca dominar o sofrimento e a dura condição de leproso: a rejeição e o abandono da sociedade.
Naquela época, pelas normas médicas em vigor, os doentes eram obrigados a abandonar seus empregos e viver isolados da
sociedade, trancados em suas casas ou em leprosários. Como bom cidadão e respeitador das leis, Jésus se afasta da
sociedade. Entrega as filhas do primeiro casamento de Theodomira à tutela de parentes e interrompe as atividades
profissionais. Os filhos mais novos, que continuam com ele, não entendem a súbita mudança. Aposentado prematuramente,
Jésus passa a viver por algum tempo em moradia cedida pela Câmara Municipal. Continua a escrever para o Correio da
Noroeste, mas sofre muito com as limitações de sua nova e difícil situação.
Um amigo, João Martins Coub, compreende o sofrimento de Jésus e lhe cede um espaço em sua fazenda. Lá, com a mesma
fibra de sempre, ele se dedica ao cultivo de melancia e de outras frutas, buscando superar a mágoa que a doença lhe impõe. O
arranjo dura pouco tempo. Em agosto de 1933, o Serviço Sanitário o interna no Asilo Colônia Aymorés, recém-inaugurado em
Bauru. Para surpresa dos funcionários da Saúde Pública, Jésus não opõe resistência à internação. Apesar da atitude resignada,
no entanto, é nessa época que ele se questiona sobre Deus. "Onde está o Deus de que tanto se fala?" - e se revolta
intimamente.
Na Colônia Aymorés, onde fica de 1933 a 1937, Jésus mostra-se mais resignado ao conviver com os semelhantes e irmãos na
dor. Chamado de "mestre" por sua imensa disposição e capacidade de trabalho, em curto espaço de tempo ele consegue várias
amizades sinceras.
Apesar da revolta e das frustrações, ele não se deixa vencer nem pela ociosidade nem pelo desânimo. Participa da criação de
um jornalzinho interno do asilo, O Momento. Escreve e atua em peças teatrais. Ajuda na criação do Jazz Band de Aymorés, e
integra a equipe de futebol. A inquietude da alma, que fora motor de ódio e guerras em vidas pregressas, hoje o move para
trabalhos edificantes, preparando o terreno para sua conversão.
Na época, Jésus sofre muito com problemas no fígado e busca a transferência para o Hospital Padre Bento em Guarulhos, que
tem fama de oferecer melhores serviços médicos. Suas cartas, porém, param nas mãos do diretor do Sanatório Aymorés, que
não quer perder seu interno mais ativo e dinâmico. Finalmente, em setembro de 1937, ele obtém a transferência. Durante a
viagem, porém, as dores no fígado o obrigam a parar em Itu para receber assistência médica. Convencido pelo diretor do
hospital, com promessas de melhores cuidados médicos, Jésus permanece internado no Hospital de Pirapitingui.
Grandes vultos - Jésus Gonçalves Page 1 of 2Logo se revela o mesmo indivíduo de destaque, um líder natural entre os internos, cuja admiração e respeito conquista graças
ao caráter íntegro e à capacidade de realização e de trabalho. Funda ali a Jazz Band, a Rádio Clube de Pirapitingui (existente
até hoje) e um jornal interno, o Nosso Jornal.
Conversão
A doença, entretanto, avança lenta e penosamente e os medicamentos se tornam cada vez mais ineficazes. A dor, a angústia e
a solidão induzem o indivíduo à busca de Deus. Com Jésus Gonçalves não seria diferente. Embora O procure sob a vestimenta
do trabalho, da atividade artística e da criação, ele ainda O nega.
Em 1943, Anita, que era estudiosa da Doutrina Espírita e tentara inutilmente esclarecer a mente materialista do ateu Jésus,
desencarna. No seu velório, ocorrem diversos acontecimentos mediúnicos de clarividência por parte de alguns colegas seus.
Finalmente, Anita passa uma mensagem para Jésus de forma bastante íntima e ele não tem mais dúvidas da veracidade das
informações: "Velho, não duvides mais, Deus existe!".
Extremamente materialista ainda, mas bastante impressionado, Jésus busca nos livros espíritas as explicações para o contato.
O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, foi o marco inicial da grande transformação que estava por vir.
A conversão definitiva ocorre no dia em que as dores no fígado se apresentam bem mais fortes que de costume. Os remédios
não surtem efeito e Jésus resolve chamar Deus, no qual ainda não acredita. Retira um copo de água da talha, coloca-o na
mesa da cozinha e desafia: "Se Deus existe mesmo, dou cinco minutos para que coloque nesta água um remédio que me alivie
a dor!".
Ao beber a água, sente que ela está amarga. Após dois minutos, as dores cessam. Jésus fica ao mesmo tempo agradecido e
espantado. Reexamina então suas convicções materialistas e, nos dias seguintes, já com suficientes provas e chamamentos,
põe-se a buscar nos estudos de obras espíritas as respostas que sempre procurou. Por duas vezes, as dores no fígado
mudaram totalmente o rumo de sua vida.
Apostolado
A Doutrina Espírita sacia em Jésus a sede de explicações, e o faz beber a água límpida da Verdade nas fontes da lógica e do
bom senso. Ele se dedica, a partir de então, a esclarecer a noção de justiça divina e submissão à dor entre os companheiros e
irmãos no sofrimento. Como é de seu feitio, tudo faz junto aos internos para melhorar a vida comunitária no hospital. Nessa
época, rejeita que o chamem de "mestre", apelido que, por sua reconhecida superioridade intelectual e pelo temperamento de
líder, o acompanhava desde Aymorés.
Com o empenho que o caracterizava, inicia a edificação de um centro espírita em Pirapitingui. Para levantar recursos, pede
ajuda às comunidades espíritas e estabelece um elo de ligação sem precedentes entre os leprosos e a sociedade. Sua iniciativa
desperta os companheiros de Doutrina em diversas localidades. As respostas não tardam a chegar, trazendo solidariedade
moral e material à campanha. Diversas caravanas espíritas passam a visitar o sanatório, levando alegria e conforto aos
internos. Essas caravanas pioneiras abrem novas frentes de trabalho, não só aos praticantes da Doutrina, mas também aos de
outras religiões, em iniciativas semelhantes.
Em 1945, após muito estudo e superação de grandes dificuldades, funda a Sociedade Espírita Santo Agostinho, e conta com a
amizade e a solidariedade de muitos que o apóiam nessa época. Jésus participa amplamente das atividades com seu inegável
espírito de ação e dedicação: distribuição de sopa aos mais necessitados, palestras de estudos e elucidação dos companheiros,
orientação espiritual, sessões de desobsessão.
A doença, em estágio bastante avançado, tira os movimentos de Jésus, limita sua capacidade de trabalhar e de estar
fisicamente no Santo Agostinho, participando das atividades que preenchem sua alma nessa fase de sua vida. Para não se
afastar totalmente do trabalho, ele constrói uma casinha nos fundos do Centro.
Vinte dias antes de Jésus desencarnar, um fato marca profundamente Pirapitingui e o coração dos espíritas. A doença havia já
se alastrado por todo o seu corpo, inclusive as cordas vocais. Jésus vai à sessão e, para surpresa das 300 pessoas presentes,
recupera temporariamente a voz; por quase duas horas, ele faz uma preleção de elevados ensinamentos evangélicos. Ao
terminar, sua voz some novamente. Na semana seguinte, o fenômeno se repete pela última vez.
Seus últimos dias são marcados por muito sofrimento. O corpo está completamente deformado pela doença, o rosto
transfigurado e os órgãos começando a entrar em falência. Jésus se desliga lentamente do corpo físico. Sua alma então se
liberta da existência árdua e espinhosa, mas, sobretudo, purificadora. Em 16 de fevereiro de 1947, Jesus Gonçalves, o Apóstolo
de Pirapitingui, o Poeta das Chagas Redentoras, desencarna. Pelo sofrimento, ele pôde encontrar o caminho até Cristo. Pelo
trabalho, pôde plantar sementes novas em sua história.
Depois de desencarnado, ele pediu que o chamassem Jésus, pois se achava indigno de usar o mesmo nome de Jesus.
Fonte: http://www.jesusgoncalves.org.br
Fonte:http://www.searabendita.org.br/site/datafiles/uploads/grandes_vultos/jesus_goncalves.pdf

REENCARNAÇÃO

 
“A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo”. (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. IV). Assim, não é invenção do Espiritismo, mas sim algo natural, de modo que foi um tema muito discutido e difundido ao longo da História da Humanidade por muitos muitos pensadores, tais como Sócrates, Pitágoras, Platão, Apolônio e Empédocles. 

Jesus – o Incomparável, o Mestre, o único Guia e Modelo -, em várias oportunidades afirmou a existência da reencarnação 
Em João (capítulo III, versículos de 1 a 12), encontramos a elucidativa palestra de Jesus com Nicodemos (doutor da lei judeu):
Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo que ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo”.

Perguntou-lhe, então, Nicodemos: "Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez?"
Jesus respondeu: Em verdade, em verdade vos digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo aquele que é nascido do Espírito”. 

“Como pode ser isso?”, disse-lhe Nicodemos.
Jesus, então, afirmou: “Tu és mestre de Israel e não sabes?” 
Digo-te em verdade, em verdade, que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. - Mas, se não me credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos fale das coisas celestiais?" 
Também, veremos a referência de Jesus com relação a João Batista ser reencarnação de Elias, referência está que está contida em Mateus (capítulo XVII, versículos 10 a 13).

Os discípulos indagaram ao Mestre: “Por que, pois, dizem os escribas que é preciso que Elias venha primeiro?” 
E Jesus respondeu-lhes: “É verdade que Elias deve vir e restabelecer as coisas; mas eu vos declaro que Elias já veio e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. É assim que eles farão sofrer o Filho do Homem. Então os discípulos compreenderam que ele lhes falara de João Batista". 
“Ora, desde o tempo de João Batista até o presente, o reino dos céus é tomado pela violência e são os violentos que o arrebatam; - pois que assim o profetizaram todos os profetas até João, e também a lei. - Se quiserdes compreender o que vos digo, ele mesmo é o EIias que há de vir. - Ouça-o aquele que tiver ouvidos de ouvir. (MATEUS, cap. XI, versículos de 12 a 15.)
“Se o princípio da reencarnação, conforme se acha expresso em S. João, podia, a rigor, ser interpretado em sentido puramente místico, o mesmo já não acontece com esta passagem de S. Mateus, que não permite equívoco: ELE MESMO é o Elias que há de vir. Não há aí figura, nem alegoria: é uma afirmação positiva. -"Desde o tempo de João Batista até o presente o reino dos céus é tomado pela violência." Que significam essas palavras, uma vez que João Batista ainda vivia naquele momento? Jesus as explica, dizendo: "Se quiserdes compreender o que digo, ele mesmo é o Elias que há de vir." Ora, sendo João o próprio Elias, Jesus alude à época em que João vivia com o nome de Elias. "Até ao presente o reino dos céus é tomado pela violência": outra alusão à violência da lei moisaica, que ordenava o extermínio dos infiéis, para que os demais ganhassem a Terra Prometida, Paraíso dos hebreus, ao passo que, segundo a nova lei, o céu se ganha pela caridade e pela brandura. 

E acrescentou: Ouça aquele que tiver ouvidos de ouvir. Essas palavras, que Jesus tanto repetiu, claramente dizem que nem todos estavam em condições de compreender certas verdades”. (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo IV).

Jesus, tendo vindo às cercanias de Cezaréia de Filipe, interrogou assim seus discípulos: "Que dizem os homens, com relação ao Filho do Homem? Quem dizem que eu sou?" - Eles lhe responderam: "Dizem uns que és João Batista; outros, que Elias; outros, que Jeremias, ou algum dos profetas." - Perguntou-lhes Jesus: "E vós, quem dizeis que eu sou?" - Simão Pedro, tomando a palavra, respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo." - Replicou-lhe Jesus: "Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o sangue que isso te revelaram, mas meu Pai, que está nos céus." (Mateus, cap. XI, versículos 13 a 17; Marcos, cap. VIII, versículos 27 a 30)
Ora, se os homens da época refletiam sobre que era Jesus, obviamente acreditavam na reencarnação. 

“Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo; aqueles que estavam mortos em meio a mim ressuscitarão. Despertai do vosso sono e entoai louvores a Deus, vós que habitais no pó; porque o orvalho que cai sobre vós é um orvalho de luz e porque arruinareis a Terra e o reino dos gigantes. 

(ISAÍAS, cap. XXVI, versículo 19) 

“É também muito explícita esta passagem de lsaías: "Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo." Se o profeta houvera querido falar da vida espiritual, se houvera pretendido dizer que aqueles que tinham sido executados não estavam mortos em Espírito, teria dito: ainda vivem, e não: viverão de novo. No sentido espiritual, essas palavras seriam um contra-senso, pois que implicariam uma interrupção na vida da alma. No sentido de regeneração moral, seriam a negação das penas eternas, pois que estabelecem, em princípio, que todos os que estão mortos reviverão”. (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo IV) 

14. Mas, quando o homem há morrido uma vez, quando seu corpo, separado de seu espírito, foi consumido, que é feito dele? -Tendo morrido uma vez, poderia o homem reviver de novo? Nesta guerra em que me acho todos os dias da minha vida, espero que chegue a minha transformação. (João, cap. XIV, versículos 10 a 14. Tradução de Le Maistre de Sacy.) 

Quando o homem está morto, vive sempre; acabando os dias da minha existência terrestre, esperarei, porquanto a ela voltarei de novo. (ID. Versão da Igreja grega.) 

15. Nessas três versões, o princípio da pluralidade das existências se acha claramente expresso. Ninguém poderá supor que João haja querido falar da regeneração pela água do batismo, que ele de certo não conhecia. "Tendo o homem morrido uma vez, poderia reviver de novo?" A idéia de morrer uma vez, e de reviver implica a de morrer e reviver muitas vezes. A versão da Igreja grega ainda é mais explícita, se é que isso é possível: "Acabando os dias da minha existência terrena, esperarei, porquanto a ela voltarei", ou, voltarei à existência terrestre. Isso é tão claro, como se alguém dissesse: "Saio de minha casa, mas a ela tornarei”. 

"Nesta guerra em que me encontro todos os dias de minha vida, espero que chegue a minha transformação". João, evidentemente, pretendeu referir-se à luta que sustentava contra as misérias da vida. Espera a sua mutação, isto é, resigna-se. Na versão grega, esperarei parece aplicar-se, preferentemente, a uma nova existência: "Quando a minha existência estiver acabada, esperarei, porquanto a ela voltarei". João como que se coloca, após a morte, no intervalo que separa uma existência de outra e diz que lá aguardará o momento de voltar. 

Nestas passagens, assim como em outras, fica muito clara a existência das reencarnações. Como diria o Mestre, “Ouça aquele que tem ouvidos para ouvir”. 

  Finalizando, em O Livro dos Espíritos, Kardec indaga na questão 132:
Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos? 

Resposta dos Espíritos Superiores: 
"Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada minuto, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta".
 
Fonte:http://www.oespiritismo.com.br/reecarnacao.php

Ajude Sempre

Diante da noite, não acuse as trevas. Aprenda a 
fazer lume. 

Em vão condenará você o pântano. Ajude-o a 
purificar-se. 

No caminho pedregoso, não atire calhaus nos 
outros. Transforme os calhaus em obras úteis. 

Não amaldiçoe o vozerio alheio. Ensine alguma 
lição proveitosa, com o silêncio. 

Não adote a incerteza, perante as situações 
difíceis. Enfrente-as com a consciência limpa. 

Debalde censurará você o espinheiro. Remova-o 
com bondade. 

Não critique o terreno sáfaro. Ao invés disso, dê-
lhe adubo. 

Não pronuncie más palavras contra o deserto. 
Auxilie a cavar um poço sob a areia escaldante. 

Não é vantagem desaprovar onde todos 
desaprovaram. Ampare o seu irmão com a boa 
palavra. 

É sempre fácil observar o mal e identificá-lo. 
Entretanto, o que o Cristo espera de nós outros é 
a descoberta e o cultivo do bem para que o 
Divino Amor seja glorificado. 


Autor: André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Fonte:http://www.oespiritismo.com.br/mensagens/ver.php?id1=589

Evangelho em Ação

Meus amigos, muita paz.

Nunca é demais salientar a missão evangélica do Brasil, na sementeira do espiritualismo moderno.

Em outros setores da evolução planetária, eleva-se a inteligência aos cumes da prosperidade material, determinando realizações científicas e perquirições filosóficas de vasto alcance, comprometendo, porém, a obra do sentimento santificante.

Em esferas outras, assinalamos a investigação de segredos cósmicos, na qual se transforma o homem no gênio destruidor da própria grandeza, alinhando canhões na retaguarda de compêndios valiosos e de comovedoras teorias salvacionistas, em todos os ângulos da política e da economia dirigidas.

No Brasil, contudo, ergue-se espiritualmente o ciclópico e sublime santuário do Cristianismo Redivivo.

Aqui a Doutrina Consoladora dos Espíritos perde as exterioridades fenomênicas para que o homem desperte à luz da Vida Eterna.

Aqui, o Evangelho em movimento extingue a curiosidade ociosa e destrutiva que se erige em monstro devorador do tempo, descortinando o campo de serviço pela fraternidade humana, sob o patrocínio do Divino Mestre.

É por isto que ao espiritista brasileiro muito se pede, (Ev) esperando-lhe a decisiva atuação no trabalho restaurador do mundo, porquanto na pátria abençoada do Cruzeiro a amplitude da terra se alia à sublimidade da revelação.

É necessário que em seus dadivosos celeiros de pão e amor se modifiquem as atitudes do crente renovado em Nosso Senhor Jesus, a fim de que o pensamento das Esferas Superiores se expanda livre e puro, nos círculos da inteligência encarnada, concretizando a celeste mensagem de que os novos discípulos são naturalmente portadores.

Não basta, portanto, apreender o contingente de consolações do edifício doutrinário ou receber a hóstia do conforto pessoal no templo sagrado que o Espiritismo Evangélico representa para quantos lhe batam às portas acolhedoras.

É imprescindível consagrar nossas melhores energias à extensão da fé vivificante que nos refunde e aperfeiçoa, à frente do futuro.

Semelhante edificação, todavia, não se expressará senão por intermédio de nosso próprio devotamento à causa da libertação humana, transformando-nos pelo esforço e pelo estudo, pelo trabalho e pela iluminação íntima, em hífens de amor cristão, habilitados à posição de instrumentos do Plano Superior.

O Espiritismo brasileiro congrega extensa caravana de servidores da renovação cultural e sentimental do mundo e complexas responsabilidades lhe revestem a ação com o Cristo.

Estendamos, assim, o serviço evangélico na intimidade da filosofia espiritualista, insculpindo em mós, antes de tudo, os princípios da doutrina viva e redentora de que nos constituímos pregoeiros.

Não cristalizemos, sobretudo, a tarefa que nos cabe à frente das exigências da Terra, refugiando-nos na expectativa inoperante, porque a ruína das religiões sectaristas provém da ociosidade mental em que se mergulham os aprendizes, aguardando favores milagrosos e gratuitos do Céu, com prejuízo flagrante da religião do dever bem cumprido na solidariedade humana, da qual depende a execução de qualquer sistema salvacionista das criaturas.

Acordemos, desse modo, as nossas forças profundas, colaborando no nível real de nossas possibilidades dentro da tarefa que nos cabe realizar, individualmente, no imenso concerto de regeneração da vida coletiva.

Enquanto houver um gemido na paisagem em que nos movimentamos, não será lícito cogitar de felicidade isolada para nós mesmos.

Companheiros existem suspirando por um paraíso fácil, em que sejam asilados sem obrigações, à maneira de trabalhadores preguiçosos e exigentes que centralizam a mente nas noções do direito sem qualquer preocupação quanto aos imperativos do dever.

Esses, em geral, são aqueles que cuidam de conservar alva rotulagem, na planície das convenções terrenas, muita vez à custa do sofrimento e da dilaceração de almas inúmeras que lhes servem de degraus, na escalada às vantagens de ordem material e perecível, para despertarem, depois, infortunados e desiludidos, nos braços da realidade amargurosa que a morte descerra, invariável.

Nós outros, no entanto, não ignoramos que a Nova Revelação nos infunde energias renovadas ao coração e à consciência, com os impositivos de trabalho e responsabilidade no ministério árduo do aperfeiçoamento e sabemos, agora, que o homem é o decretador de suas próprias dores e dispensador das bênçãos que o cercam, de vez que a Lei de Justiça e Equilíbrio expressa em cada um de nós o resultado de nossa sementeira através do tempo.

É indispensável a nossa conversão substancial e efetiva ao Espírito do Senhor, materializando-lhe os ensinos e acatando-lhe os desígnios, onde estivermos, para que, na condição de servidores de um país extremamente favorecido, possamos conduzir o estandarte da reabilitação espiritual do mundo que se perde, rico de glórias perecíveis e mendigo de luz e de amor.

Esperando que a paz do Mestre permaneça impressa em nossas vidas, que devem traduzir mensagens cristalinas e edificantes de seu Evangelho Salvador, terminamos, invocando-vos a cooperação em favor do mundo melhor.

— Entrelacemos corações em torno da Boa Nova que nos deve presidir às experiências na atividade comum! Enquanto os discípulos distraídos se digladiam, desprezando, insensatos, a bênção das horas, ouçamos a voz do Senhor que nos compele à disciplina no serviço do bem, revelando-se, glorioso e dominante, em seus sacrifícios da cruz, aprendendo, finalmente, em companhia d’Ele que só o Amor é bastante forte para defender a vida, que só o Perdão vence o ódio, que somente a Fé renasce de todas as cinzas das ilusões mortas e que somente o Sacrifício Individual, em Seu Nome, é o caminho da ressurreição a que fomos chamados.

Unamo-nos, desse modo, não apenas em necessidades e dores para rogar o sustento e o socorro da Misericórdia Divina, mas estejamos integrados na fraternidade legítima, a fim de que não estejamos recebendo em vão as graças do Céu, convertendo nossas vidas em abençoadas colunas do templo Espiritual de Jesus na Terra, portadores devotados de sua paz, de sua luz, de sua confiança e de seu amor.

Realizem outros as longas incursões do raciocínio, através da investigação intelectual, respeitável e digna, no enriquecimento do cérebro do mundo. E aproveitando-lhes o esforço laborioso, no que possuem de venerável e santo, não nos esqueçamos do Evangelho vivo, em ação.

Autor: Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Doutrina de Luz
Fonte:http://www.oespiritismo.com.br/mensagens/ver.php?id1=626