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domingo, 29 de junho de 2014

Irmão X

Irmão X (Humberto de Campos) 
Humberto de Campos nasceu na pequena localidade de Piritiba, no Maranhão, em 1886. 
Foi menino pobre. Estudou com esforço e sacrifício. Ficou órfão de pai aos 5 anos de idade. Sua infância foi marcada pela miséria. Em sua "Memórias", ele conta alguns episódios que lhe deixaram sulcos profundos na alma. 
Tempo depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, então Capital da República, onde se tornou famoso. Brilhante jornalista e cronista perfeito, suas páginas foram "colunas" em todos os jornais importantes do País. 
Dedicou-se inteiramente à arte de escrever, e por isso eram parcos os recursos financeiros. A certa altura da sua vida, quando minguadas se fizeram as economias, teve a idéia de mudar de estilo. 
Adotando o pseudônimo de Conselheiro XX, escreveu uma crônica chistosa a respeito da figura eminente da época – Medeiros e Albuquerque-, que se tornou assim motivo de riso, da zombaria e da chacota dos cariocas por vários dias. 
O Conselheiro, sibilino e mordaz, feriu fundo o orgulho e a vaidade de Medeiros, colocando na boca do povo os argumentos que todos desejavam assacar contra Albuquerque. O sucesso foi total. 
Tendo feito, por experiência, aquela crônica, de um momento para outro se viu na contingência de manter o estilo e escrever mais, pois seus leitores multiplicaram, chovendo cartas às redações dos jornais, solicitando novas matérias do Conselheiro XX. 
Além de manter o estilo, Humberto se foi aprofundando no mesmo, tornando-se para alguns, na época, quase imortal, saciando o paladar de toda uma mentalidade que desejava mais liberdade de expressão e mais explicitude na abordagem dos problemas humanos e sociais. 
Quando adoeceu, modificou completamente o estilo. Sepultou o Conselheiro XX, e das cinzas, qual Fênix luminosa, nasceu outro Humberto, cheio de piedade, compreensão e entendimento para com as fraquezas e sofrimentos do seu semelhante. 
A alma sofredora do País buscou avidamente Humberto de Campos e dele recebeu consolação e esperança. Eram cartas de dor e desespero que chegavam às suas mãos, pedindo socorro e auxílio. E ele, tocado nas fibras mais sensíveis do coração, a todas respondia, em crônicas, pelos jornais, atingindo milhares de leitores em circunstâncias idênticas de provações e lágrimas. 
Fez-se amado por todo o Brasil, especialmente na Bahia e São Paulo. Seus padecimentos, contudo, aumentavam dia-a-dia. Parcialmente cego e submetendo-se a várias cirurgias, morando em pensão, sem o calor da família, sua vida era, em si mesma, um quadro de dor e sofrimento. Não desesperava, porém, e continuava escrevendo para consolo de muitos corações. 
A 5 de dezembro de 1934, desencarnou. Partiu levando da Terra amargas decepções. Jamais o Maranhão, sua terra natal, o aceitou. Seus conterrâneos chegaram mesmo a hostilizá-lo. 
Três meses apenas de desencarnado, retornou do Além, através do jovem médium Chico Xavier, este, com 24 anos de idade somente, e começou a escrever, sacudindo o País inteiro com suas crônicas de além-túmulo. 
O fato abalou a opinião pública. Os jornais do Rio de Janeiro e outros estados estamparam suas mensagens, despertando a atenção de toda gente. Os jornaleiros gritavam. Extra, extra! Mensagens de Humberto de Campos, depois de morto! E o povo lia com sofreguidão… 
Agripino Grieco e outros críticos literários famosos examinaram atenciosamente a produção de Humberto, agora no Além. E atestaram a autenticidade do estilo. "Só podia ser Humberto de Campos!" – afirmaram eles. 
Começou então uma fase nova para o Espiritismo no Brasil. Chico Xavier e a Federação Espírita Brasileira ganharam notoriedade. Vários livros foram publicados. 
Aconteceu o inesperado. Os familiares de Humberto moveram uma ação judicial contra a FEB, exigindo os direitos autorais do morto! 
Tal foi a celeuma, que o histórico de tudo isto está hoje registrado num livro cujo título é "A Psicografia ante os Tribunais", escrito por Dr. Miguel Timponi. 
A Federação ganhou a causa. Humberto, constrangido, ausentou-se por largo período e, quando retornou a escrever, usou o pseudônimo de Irmão X. 
Nas duas fases do Além, grafou 12 obras pelo médium Chico Xavier. 
"Crônicas de Além-Túmulo", "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", "Boa Nova", "Novas Mensagens", "Luz Acima", "Contos e Apólogos" e outros foram livros que escreveu para deleite de muitas almas. 
Nas primeiras mensagens temos um Humberto bem humano, com características próprias do intelectual do mundo. Logo depois, ele se vai espiritualizando, sutilizando as idéias e expressões, tornando-se então o escritor espiritual predileto de milhares. 
Os que lerem suas obras de antes, e de depois, de morto, poderão constatar a realidade do fenômeno espírita e a autenticidade da mediunidade de Chico Xavier. 
O mesmo estilo, o mesmo estro! 
Fonte: Revista REFLEXÕES Edição n.º 5 – Maio de 1999 – Fernandópolis – SP – Brasil
Fonte:http://bezerrademenezes.wordpress.com/2009/06/23/quem-foi-irmo-x/

Exilados de Capela


Finalidade da Encarnação

132. Qual é a finalidade da encarnação dos Espíritos?

  Deus a impõe com o fim de levá-los à perfeição: para uns, é uma expiação; para outros, uma missão. Mas, para chegar a essa perfeição, eles devem sofrer todas as vicissitudes da existência corpórea; nisto é que está a expiação. A encarnação tem ainda outra finalidade, que é a de pôr o Espírito em condições de enfrentar a sua parte na obra da Criação. É para executá-la que ele toma um aparelho em cada mundo, em harmonia com a matéria essencial do mesmo, afim de nele cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. E dessa maneira, concorrendo para a obra geral, também progredir.
Comentário de Kardec: A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Mas Deus, na sua sabedoria, quis que eles tivessem, nessa mesma ação, um meio de progredir e de se aproximarem dele. É assim que, por uma lei admirável de sua providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.
 133. Os Espíritos que, desde o princípio, seguiram o caminho do bem têm necessidade da encarnação?
  Todos são criados simples e ignorantes e se instruem através das lutas e atribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não podia fazer feliz a uns, sem penas e sem trabalhos, e por conseguinte sem mérito.
 133. a) Mas então de que serve aos Espíritos seguirem o caminho do bem, se isso não os isenta das penas da vida corporal?
  Chegam mais depressa ao alvo. Além disso, as penas da vida sãofreqüentemente a conseqüência da imperfeição do Espírito. Quanto menosimperfeito ele for, menos tormentos sofrerá. Aquele que não for invejoso, nemciumento, nem avarento ou ambicioso, não passará pelos tormentos que seoriginam desses defeitos.
Fonte:livrodosespiritos.wordpress.com
 

A Visão Espírita sa Cremação


COMO FOI PSICOGRAFADO O LIVRO MEMÓRIAS DE UM SUICIDA 28/10/2010

Material extraído do livro Pelos Caminhos da Mediunidade Serena. Em agosto de 1975, o extinto periódico carioca Obreiro do Bem, publicou mais uma entrevista de Yvone Pereira. Uma entrevista histórica, em que a pupila de Charles fala sobre os primeiros contatos com o espírito Camilo Castelo Branco. Obreiros do Bem – Todos os espíritas reconhecem memórias de um suicida como uma autêntica obra prima, desses livros que aparecem a cada cem anos. Como se travou seu conhecimento com Camilo Castelo Branco e quais as circunstâncias que cercaram a captação do livro? Yvone Pereira - Creio que meu conhecimento com Camilo seja até de vidas passadas, porque, segundo as referencias que tenho a respeito de meu pretérito, eu residi, ou pelo menos desencarnei, em Lisboa, Portugal, e a primeira vez que o vi, nesta presente existência, contava doze anos, somente, não sabia que fosse ele Camilo Castelo Branco. Vi aquele espírito muito triste, torturado, mas, repito, não sabia que era Camilo. No ano de 1956, depois de ter sido dado a público, Memórias de um Suicida, em novembro de 1955, fui pela primeira vez, a Pedro Leopoldo. Nunca havia conversado com o Chico, do mesmo modo, portanto, que nunca havíamos trocado ideias sobre esse assunto. Estávamos, então, na residência de Chico, onde, na sala, conversávamos com D. Esmeralda Bittencourt, de quem ele era muito amigo, e a qual havia perdido dois filhos, em circunstâncias trágicas. Chico Consolava-a muito. Foi quanto recebeu para d. Esmeralda uma comunicação do filho que havia falecido depois do que escreveu alguma coisa que passou às minhas mãos, dizendo tratar-se de um soneto de Antero de Quental, a mim endereçado. “Diz ele”, continuou o Chico, que, quando se deu o seu suicídio em Lisboa, ele era mocinho e recorda-se muito dos comentários da sociedade, a esse respeito. Aceitei plenamente a comunicação, porque Chico não sabia de nada do que se havia passado comigo,nem mesmo na existência presente. Procurei, então, saber a época em que viveu Antero de Quental: e vim a constatar que foi justamente o tempo de Camilo Castelo Branco. Quanto às circunstancias de captação do livro, não creio haja acontecido de algo especial, propriamente. Apenas um belo dia, em 1926, depois do receituário que desenvolvia no centro espírita de Lavras, senti o braço escrever, vi Camilo, e começaram desde então a surgir os episódios de memórias de um suicida. Acontece que o escritor dava apenas as narrativas, sem nenhum comentário doutrinário. Como fosse muito nova e conhecesse pouco à doutrina,eu passei a achar que talvez se tratasse de mistificação; mas, como gostasse, no fundo, do que por assim dizer surgia no papel, continuei a escrever, diariamente, na instituição já citada, após o receituário abundantíssimo. Só vinte e cinco anos, após, quando eu morava no Rio de Janeiro, tendo os espíritos me orientado no sentido de rever o livro bem como termina-lo, porque ele não estava completo, foi que se apresentou Léon Denis e auxiliou Camilo a elaborar o conteúdo doutrinário existente da obra. Notas: 1- Divaldo P. Franco, em entrevista a mim concedida para a composição do livro Yvone Pereira: uma heroína silenciosa, afirmou que Francisco Candido Xavier, lhe havia contado impressões do espírito André Luiz sobre Memórias de um suicida. Andre Luiz, dizia a Chico, considerava-o o livro dos últimos cinquenta anos e dos próximos cinquenta, ou seja, uma obra que viera marcar um século. 2-Antero T. Quental era originário de Açores, tendo nascido em Ponta Delgada a 18 de abril de 1842, vindo a cometer suicídio 11 de setembro de 1891, também em Açores. Poeta e escritor, invulgar e foi licenciado em direito, tendo deixado textos políticos, poemas líricos-filosoficos, prosas sócio-históricas e outros. A considerar o que o texto afirma o suicídio de Yvone, em Lisboa, teria acontecido entre os anos de 1854 a 1867, considerando uma margem de erro razoável, em relação à mocidade aludida por Antero. Fonte: Pelos caminhos da Mediunidade Serena/ Yvone do Amaral Pereira – 1ª Ed., 1ª reimp. – São Paulo, SP: Lachâtre, 2007, pag.35-36. 

quinta-feira, 12 de junho de 2014

AMÁLIA DOMINGO SOLER


Amália Domingo Soler nasceu na cidade de Sevilha, na região da Andaluzia, Espanha, em 10 de
dezembro de 1835, após o desmoronar do império espanhol, ferido mortalmente pelas guerras
napoleônicas e pela perda da maioria de suas colônias americanas.

Estava no trono da Espanha uma criança, a rainha Isabel II, com sua mãe - Maria Cristina -
como regente. Este reinado foi marcado por ministérios de curta duração, crises religiosas
(supressão da Companhia de Jesus e extinção de diversos conventos), epidemias e uma guerra
civil.

Conseqüência direta de tantas dificuldades foi a penúria econômica que caracterizou a vida de
grande parte da população. É neste cenário conturbado que se passa, a dificultosa infância de
Amália. Já antes de nascer, seu pai parte em uma longa viagem e não mais retorna. Aos 8 dias
de idade fica cega, sendo curada aos 3 meses por um farmacêutico. Problemas com a vista a
seguiriam por toda a vida.

Os anos seguintes de sua vida passam em relativa segurança, amparada pela mãe, com quem tinha grande afinidade:
"Em meus olhos, que ficaram muito imperfeitos, não sei o que via, mas o certo é que se consagrou em
absoluto a mim e não teve outro afã senão o de tornar-me feliz, zelando para não se descuidar, nem de leve
com minha educação ... Nossos espíritos se uniram de um modo tão admirável que só no olhar adivinhávamos
os nossos pensamentos". Amália Domingo Soler, Minha Vida.
Amália escreveu suas primeiras poesias aos 10 anos de idade e aos 18 publicou seus primeiros versos.

Amália não chegou a casar-se, e, aos 25 anos, com o falecimento de sua mãe, começou a fase mais difícil de sua existência.
Sem recursos ela se dirigiu a Madrid, na esperança de encontrar melhores condições de sobreviver, com suas poesias e com
um trabalho modesto. Suas dificuldades foram imensas, até fome passou e teve de recorrer a instituições de caridade, pois
raras eram as possibilidades de trabalho. Nesse período, faminta e só, pensa até em matar-se. Em uma noite, amargurada,
onde perdera até mesmo a noção de Deus e debatia-se na dúvida do destino de sua mãe, esta aparece e causa-lhe viva
impressão.

Impressionada pela visão de sua mãe, recorda-se da religião, e é junto a uma igreja luterana que encontra o apoio que
procura. A palavra de seus pastores e a convicção de seus fiéis lhe trazem de novo a fé e o consolo da confiança em Jesus.
O esforço de escrever versos, dos pequenos trabalhos de costura, unidos a difícil condição em que vivia, lhe pioraram muito a
vista e somente graças ao tratamento feito por um médico homeopata, salvou-se da cegueira. Foi este médico que lhe fala
pela 1ª vez do Espiritismo, e lhe empresta um exemplar do jornal espírita "El Critério".

Lendo um artigo deste jornal é que ela se convence da verdade do Espiritismo e busca mais informações. Estuda o que lhe
chega às mãos e para poder ter acesso às revistas espíritas, começa a escrever artigos para elas. O 1º de seus trabalhos
espíritas é uma poesia para o jornal "El Critério", que mesmo não sendo publicada, lhe valeu uma carta do editor - Visconde
de Torres Solanot - com um livro espírita de sua autoria - "Preliminares del Espiritismo".

É no periódico espírita "La Revelación", onde, pela 1ª vez, sai publicado uma poesia sua. Seu 1º artigo doutrinário, "La Fe
Espiritista" sai pelo "El Critério", em 1872. Seus artigos chamaram a atenção e aos poucos se integra ao movimento espírita
espanhol.
Foi em 31 de março de 1875 - aniversário da desencarnação de Allan Kardec - que no salão da Sociedad Espiritista Española,
Amália lê sua poesia "A la Memoria de Allan Kardec" e passa a fazer parte das fileiras dos propagandistas da Doutrina Espírita.

Grande escritora, com textos que falam tanto ao coração como a razão, e de espírito tão extraordinário como seu talento com
as letras, conquistou totalmente as simpatias dos espíritas espanhóis. Fernandes Colavida a presenteia com a coleção das
obras de Allan Kardec. Os espíritas de Alicante a convidam a ficar sob sua proteção, dedicando-se exclusivamente a
divulgação da Doutrina.

Amália, acreditando que seria errado viver do Espiritismo, continua a trabalhar de dia e escrever de noite. Se muda para
Barcelona, em 10 de agosto de 1876, convidada pelo grupo espírita "Circulo La Buena Nueva" e com a esperança de encontrar
melhores condições de trabalho na capital Catalã, já então cidade de grande atividade econômica.

Três meses após chegar a Barcelona, os problemas de visão voltaram e quase cega encontrou amparo na família de Luís Lach,
presidente do Círculo. Deram-lhe abrigo e condições de dedicar-se integralmente ao Espiritismo. Nas reuniões do Círculo,
Amália conheceu Miguel Vives, médium extraordinário, através do qual recebeu mensagens de sua mãe. Também conheceu o
médium sonâmbulo Eudaldo, que se tornou seu colaborador e através do qual recebeu muitas mensagens, inclusive as que
foram reunidas no livro "Memórias del Padre German". O Padre Germano, guia espiritual de Amália, se apresentou pela 1ª vez
em 9 de maio de 1879 e a publicação de suas memórias foi feita em partes a partir de 29 de abril de 1880.

Além de publicar artigos em periódicos espíritas, Amália também refutou ataques ao Espiritismo em jornais como a "Gaceta
de Cataluña", ficando célebre sua polêmica com o orador católico Vicente de Manterola. Em 1878, Vicente iniciou uma série de
conferências combatendo o Espiritismo, as quais Amália assistia e respondia em artigos na "Gaceta de Cataluña". O mesmo
orador chegou a publicar, em 1879, um livro intitulado "El Satanismo, o sea la Catédra de Satanás, combatida desde la
Cátedra del Espíritu Santo - Refutación de los errores de la Escuela Espiritista". Este foi refutado em uma série de 46 artigos
de Amalia, reunidos posteriormente no livro "El Espiritismo refutando los errores del Catolicismo".

Em 22 de maio de 1879 sai o 1º número do periódico "La Luz del Porvenir", dirigido por Amália, com apoio de Luís Lach e do
editor Juan Torrents que convenceram-na a criar um periódico direcionado a "mulher espiritista". No 1º número saiu o artigo
"La idea de Dios" que foi denunciado e provocou a suspensão do periódico por 42 semanas. Nesse período foi publicado um
substituto, "El Eco de la Verdad", que chegou a ser denunciado por outro artigo ("Los Obreros" de Cándida Sanz) e absolvido.
Grandes vultos - Amália Soler Page 1 of 2
Estas denúncias - uma reação de setores religiosos que se sentiam ameaçados pelo Espiritismo - não são tão difíceis de se
compreender, se considerarmos o clima geral da época de Alfonso XII. Este rei subiu ao trono com 17 anos em 29 de
dezembro de 1874, em meio a uma crise política que levou a abdicação de sua mãe, a rainha Isabel II. A Espanha vivia um
clima de extremismos, com o governo tendo que defender-se tanto dos "Carlistas", que retomam a guerra civil, quanto dos
republicanos que querem o fim da monarquia. Reformas liberais necessárias à modernização do país misturavam-se com
manifestos militares, crises políticas e novas guerras na África. O Catolicismo é a religião oficial do estado e procura reagir
com todas as suas forças às mudanças liberalizantes que podem comprometer-lhe essa posição.

O periódico "La Luz del Porvenir" foi publicado até 1899 e muitos artigos de Amália foram, a partir de 1972, reunidos por
Salvador Sanchís Serra nos livros "La Luz del Porvenir" e "La Luz del Camino", distribuídos gratuitamente por ele e pelo grupo
espírita "La Luz del Camino" de Orihuela, Alicante.
As memórias de Amália foram escritas em 1891, sob orientação do Padre Germano. Até aquela data ela tinha escrito 1286
artigos, publicados em periódicos na Espanha e no exterior: "El Critério" e "El Espiritismo", de Madri; "La Gaceta de Cataluña",
"La Luz del Porvenir" e a "Revista de Estudos Psicológicos" de Barcelona;" La Revelación", de Alicante; "El Espiritismo", de
Sevilha; "La Ilustración Espirita", do México;" La Ley del Amor", de Mérida de Yucatán; "La Revista Espiritista", de
Montevidéu; "La Constancia", de Buenos Aires; os "Annali dello Spiritismo" na Italia; "El Buen Sentido", de Lérida e outros.

Em 29 de abril de 1909, de Barcelona, Amália desencarnou, mas, não se afastou de seu labor em prol do Espiritismo. Em 10
de julho de 1912, através da médium Maria, completou suas memórias e, recentemente, nas viagens do médium Divaldo
Pereira Franco à Espanha, tem transmitido mensagens de orientação e encorajamento aos espíritas espanhóis.

O Espiritismo na Espanha continuaria a progredir até as vésperas da Guerra Civil de 1936-1939, quando o conflito latente
desde a regência de Maria Cristina, transformou-se em uma sangrenta guerra civil. Ao final desta guerra civil, a Espanha
mergulhou nos 40 anos da ditadura do General Franco, que tudo fez para abafar qualquer idéia que não se enquadrasse na
visão de mundo de seu regime. O Espiritismo, perseguido e jogado na clandestinidade, porém, voltou a surgir após o fim do
regime franquista, em uma Espanha nova, liderada por políticos mais maduros e por um rei esclarecido e humano, Juan
Carlos I.

É difícil de se fazer um balanço da obra de Amália Domingo Soler, pois os seus frutos ainda continuam surgindo. O movimento
espírita espanhol influenciou os movimentos nascentes nos vários países de língua espanhola da América Latina.

Seus artigos são hoje, como foram ontem, exposições claras e diretas do Espiritismo. Fieis intérpretes da Doutrina Espírita
codificada por Allan Kardec.

Fonte:texto elaborado por Carlos A. Iglesia Bernardo para o GEAE.
Fonte:http://www.searabendita.org.br/site/datafiles/uploads/grandes_vultos/amalia_domingo_soler.pdf

Dia dos namorados

E eis que chega, outra vez. Hoje haverá muitas flores, perfumes, presentes.
Jantares à luz de velas, abraços, expectativas.
O que será que ele me reserva, neste dia? Será que ela me surpreenderá de alguma forma especial?
Sim, embora esse apressar das coisas que vivemos no mundo, de muitos ficares, de conquistas apressadas e descomprometimentos, o amor continua na moda.
E basta se anunciar o Dia dos namorados para que o coração bata diferente.
O que será, desta vez? Ano passado, a gente nem estava junto e ele lembrou de me dar um presente. E este ano, como será?
O que eu poderia fazer, desta vez, para ser diferente? Já dei flores, já enviei cartão, já comprei perfume. Preciso pensar...
A origem do Dia dos namorados remonta ao século III da nossa era.
Conta-se que, durante o governo do Imperador Cláudio II, este proibiu a realização de casamentos em seu reino, com o objetivo de formar um grande e poderoso exército.
Cláudio acreditava que se os jovens não tivessem família, se alistariam com maior facilidade.
Apesar disso, um bispo romano continuou a celebrar casamentos, mesmo com a proibição do Imperador. Seu nome era Valentim e as cerimônias eram realizadas em segredo.
A prática foi descoberta, Valentim foi preso e condenado à morte.
Enquanto estava preso, muitos jovens lhe enviavam flores e bilhetes dizendo que eles ainda acreditavam no amor.
Entre as pessoas que deram mensagens ao bispo estava uma jovem cega: Assíria, filha do carcereiro.
Com a permissão do pai ela visitou Valentim na prisão. Os dois acabaram se apaixonando.
O bispo chegou a escrever uma carta de amor para a jovem com a seguinte assinatura: De seu Valentim, expressão que passou a significar De seu amor, De seu apaixonado.
Valentim foi decapitado em 14 de fevereiro de 270 d.C.
A partir de então, o dia de São Valentim, 14 de fevereiro, passou a ser tido como o Dia dos namorados.
Outra versão afirma que o costume de enviar mensagens amorosas, neste dia, não tem qualquer ligação com o santo, datando da Idade Média, quando se acreditava que o dia 14 de fevereiro assinalava o princípio da época de acasalamento das aves.
De toda forma, o mais importante é a manifestação do amor. É ter um dia, para aqueles de nós que andamos esquecidos de como é importante demonstrar que se ama.
Um dia para aqueles que adoram demonstrar que amam. Um dia para todos os casais namorados, noivos, casados.
Um dia especial para lembrar de como é bom amar. Como é bom ter alguém ao seu lado para dar e receber carinho.
E nesse dia, é bom recordar os tempos felizes de um início de namoro, de casamento.
E, se houver rusgas, que sejam desfeitas, com um abraço, um beijo, flores e ternura.
Porque, afinal é maravilhoso ter alguém para amar.
*   *    *
No Brasil, a data do Dia dos namorados é comemorada a 12 de junho, por ser a véspera do dia 13, dia de Santo Antônio.
É que Santo Antônio tem tradição de casamenteiro. Provavelmente, por suas pregações a respeito da importância da união familiar que, na época, era combatida pelos cátaros.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 9, ed. Fep.
Em 12.06.2012.
Fonte:www.momento.com.br

Copa Do Mundo, Eleição E Nossas Promessas Para 2014!


10/01/2014

Magali Bischoff

Copa, Eleição e promessas para 2014

Começamos mais um ano, mas esse será bem diferente!

Promessas de um novo regime, um novo amor, um novo emprego, uma nova casa, uma vida nova; mas poucos refletem sobre a necessidade da mudança interior. Sem ela,corremos o risco de viver mais um ano como tantos outros que já passaram...

A melhor pergunta para refletirmos sobre possíveis mudanças que desejamos fazer seria essa: Estamos realizando em nós, a mudança que desejamos para o outro e para o Mundo? Somos os mesmos ou estamos mais amadurecidos para concretizarmos as novas promessas para o novo ano que acaba de chegar? Estamos dispostos a mudar?

Para um bom começo, seria interessante fazer uma lista de realizações e mudanças que almejamos. E nessa lista, podemos colocar os desejos materiais, as ambições de cunho espiritual, moral, social ou comportamental, tudo depende da real necessidade.

Quando se trata de olhar as situações ou sentimentos que precisam ser modificados, muitos preferem deixar de lado, enquanto outros encaram de frente. Mas saibam que todo começo é um pouco tumultuado, principalmente quando estabelecemos um novo ritmo para a nossa existência. O sucesso, depende exclusivamente da maneira que encaramos os desafios e o que faremos para vencê-los.

Precisamos desenvolver a consciência dos nossos direitos e deveres como Cidadãos e irmãos de Humanidade. Sem esquecermos o compromisso ainda maior como espíritas e conhecedores dos ensinos do Evangelho do Cristo.

As Suas lições e exemplos são convites para experimentarmos o sentimento do amor, para desenvolvermos o bom senso com sabedoria, a ética com compromisso, a consciência desperta com a fé raciocinada e a caridade para conosco e para com o próximo. Podemos dizer que diferente da maioria materialista, temos um Norte, um Caminho à seguir, e que nos leva à profundas reflexões, facilitando a nossa mudança interior, preservando nossa saúde mental, emocional, espiritual e material.

Com essa base segura, será mais fácil construir um novo caminho, tomar decisões e realizar boas escolhas na família, no campo afetivo, no trabalho, nas urnas, perante à sociedade e com os amigos.

Esse ano promete ser bem movimentado, algumas áreas e setores da sociedade serão beneficiados, enquanto outros, provavelmente, permanecem da mesma maneira. Em 2014 o Brasil será sacudido por algumas dessas mudanças.No ano eleitoral, vamos escolher um novo representante para a cadeira de Presidente da República, para Governador dos Estados, Senadores, Deputados Federais e Estaduais. Você é capaz de imaginar a lista de promessas que irão surgir nesse período?

Não confie em siglas, em rótulos ou em candidatos que se utilizam da sua crença para te convencer de alguma coisa, mas conheça melhor a vida do seu candidato, os exemplos deixados no passado, suas propostas de trabalho em relação a comunidade, mas principalmente, se tem capacidade para o cargo proposto.

Aprenda a fazer escolhas, o ser humano vive e respira a política e depende mais dela do que imagina. Lembrando do refrão de uma música bem conhecida da época que a juventude contestava a Ditadura: “..quem sabe faz a hora não espera acontecer”(1). A força da mudança está em nossas mãos, acredite nela!

E ainda tem mais, o Brasil sediará a Copa do Mundo em 2014 e já temos uma lista de promessas, sendo que a maior delas é trazer a Taça de Hexacampeão e não dá para saber quais serão cumpridas até lá.

Precisamos arcar com a responsabilidade dos nossos atos, por isso, é fundamental que façamos boas escolhas para não ter arrependimentos tardios e acabar jogando fora a lista de promessas, ou adiarmos para outro ano, pois não conseguimos cumpri-las.

Se desejamos começar bem este ano, que tem 365 novos dias com novas oportunidades de escrevermos uma nova página no livro da nossa vida, precisamos assumir o maior compromisso da nossa existência e cuidar muito bem de nós mesmos.

Só depois analise o seu papel na família, no trabalho, como cidadão e modifique padrões de comportamentos e atitudes, pensamentos e sentimentos que não estão de acordo com os ensinamentos que está recebendo dentro do Espiritismo, ou seja, com as lições do Evangelho de Jesus.

Não siga regras e não acredite na palavra de pessoas, principalmente aquelas que pregam mas não realizam, que ensinam mas não vivenciam, os famosos “sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundice” (2), carregam mazelas muito piores do que condenam nos outros. São os falsos profetas, os doutores da Lei que retornam para a Seara Espírita procurando modificar as pessoas sem o mínimo esforço de usar da mesma medida para as suas vidas.

Seja o seu falar “Sim, Sim! Não,Não! ” (3). Como ensinou o Mestre Jesus, sem demagogia, hipocrisia, mentira, sem máscaras de bondade e falso moralismo, mas vivenciando as lições que aprendeu na intimidade e na luta diária de ser melhor do que foi ontem.

Siga sempre o seu coração... Não espere das pessoas, das previsões, dos números, das promessas vazias, faça acontecer no dia a dia e através da sua reforma íntima, reescreva sua história. Exija em você a mudança que busca nos outros e no mundo, com paciência, perseverança e muito amor próprio.

Desejo à você um Feliz 2014!

Bibliografia

1.VANDRÉ- Geraldo - Música “Pra não dizer que não falei das flores”

1. SAGRADA. Bíblia- Mateus(Mt) 23 versículo 27

2. SAGRADA. Bíblia – Mateus(Mt) 5 versículo 37
Fonte:http://www.feal.com.br/artigo.php?car_id=33&col_id=33&t=Copa-do-Mundo,-Eleicao-e-nossas-promessas-para-2014!

FLUIDO VITAL E DUPLO ETÉRICO

Nesta entrevista, dr. Ricardo Di Bernardi explica com mais detalhes a fisiologia do duplo etérico e sua ligação com o corpo físico.

Paulo P. L.


O fluido vital forma uma estrutura especial em nós? Ou está como que... solto?
Ele forma um “corpo” de certa forma sim. Constitui o chamado corpo vital, também conhecido como corpo etérico.

São sinônimos? Há outros sinônimos equivalentes?
Sim. Ei-los: Duplo Etérico, Corpo Vital (Kardec), Corpo Prânico, Veiculo do Prana, Corpo Bioplásmico, Corpo Biocósmico, Corpo Energético, Primeiro corpo de Energia, Corpo Diáfano, Corpo Efêmero, Veiculo da Vitalidade, Corpo da Vitalidade, Casca Luminosa, Reflexo do Corpo Físico, Aerossomai, Armadura Energética, Contracorpo, Cópia Vital Humana, Corpo Aiterico, Corpo Bardo (tibetanos), Corpo Biocósmico, Corpo LeptoHilico, Corpo Leptomerico, Corpo Ódico, Corpo Unificador, D Jan, Kosha, Reboque Energético, Umbra, Veiculo Semi-Físico, Véu do Corpo Humano, Véu Etérico, Ponte Corpo Humano-Psicossoma, Pranamaya-Kosha.

Você ressaltou a colocação de Kardec, gostei...
Eu também gosto disto....
Corpo etérico... é o mesmo que perispírito ou corpo astral ou psicossoma?
Não! Caro Paulo, o corpo etérico ou corpo vital é que o liga o corpo físico ao perispírito. E uma estrutura ou “corpo” intermediário entre o corpo material e o perispírito .

Fluido vital é o mesmo que bioenergia?
Sim, Paulo.

Então o corpo etérico ou corpo vital tem importância nas terapias energéticas?
Sim. É o fluido vital ou bioenergia que é mobilizado nestas terapias energéticas.

Poderia nos dar uma definição melhor de corpo etérico ou duplo etérico?
Conceito: Duplo Etérico é um invólucro energético, vibratório, luminoso, vaporoso e provisório que coexiste estruturalmente com o corpo físico e o envolve. Está ligado à doação ou exteriorização de energias, pois, no Duplo Etérico, é que se situam os Chacras ou centros de força.

Qual a situação anatômica, se assim posso dizer do duplo etérico ?
Localização: O Corpo Etérico é o agente intermediário entre o corpo físico e o perispírito (Corpo astral).


Este corpo etérico é então composto de energia ou fluido vital, é isto ?
Composição é constituído por fluido vital (Energia Vital ou Prana) dai a denominação Corpo Vital. Este fluido, ariginado do Fluida Cósmico Universal. Absorvido pelas moléculas orgânicas confere o atributo da vida

Corpo etérico fica fazendo a ligação entre perispírito e corpo físico, entendi. No entanto ele... como que sai fora dos limites do corpo material?
Os limites plásticos do corpo humano são ultrapassados em cerca de 1 cm pelo corpo etérico.

Qual é a consistência deste corpo etérico? Ou melhor seria... como quê?
Textura típica dos elementos fluídicos, mais densa nos indivíduos primitivos e mais sutil e delicada nos seres humanos espiritualmente evoluídos.

Qual a forma deste corpo etérico?
Humanóide, com grande elasticidade. Lembra o Gasparzinho ou um fantasminha. Uma massa de fluido vital que toma a forma do corpo mas enquanto ocupa este espaço. Quando desencarnamos esta massa de fluídos volta (quase toda) para o fluído cósmico.

Teria cor?
Coloração: Branca (nos espíritos encarnados mais sutis) ou acinzentado nos menos evoluídos.

Diz-se corpo etérico, mas teria órgãos como há no perispírito?
Estrutura: não possui órgãos como o Corpo Astral. Possui regiões denominadas Chacras ou Centros de Força que captam energia cósmica distribuindo-as para o corpo físico (rebaixamento vibratório) e para o perispírito (ou corpo astral). Por aceleração vibratória, os chacras são interligados por nádis ou canais que permitem circular as energias.

Há alguma importância prática sabermos que existem estes canais ou nádis?
O passe Energético sobre o chacra coronário, pelos nádis (canais), chega ao local necessitado, não havendo, portanto, necessidade do passe ser sobre o local enfermo ou em desequilíbrio. Ou seja, basta impor as mãos sobre a cabeça (coronário) que a energia chega lá, onde requer o paciente, pelos canais. Eis aí uma importância prática.

Há referências de autores espirituais de vulto e credibilidade que façam referência ao corpo etérico (ou duplo)?
Sim. André Luiz , via Chico, e Joanna deAngelis, via Divaldo. Pode ficar tranqüilo meu caro Paulo...

Afinal, meu caro Di Bernardi, os chacras estão no perispírito ou no corpo etérico?
Ficam no perispírito também, e cada um deles se apresenta igualmente no corpo etérico. São cópias. No mundo extrafísico ou colônias espirituais, também há mediunidade e inclusive realizam sessões mediúnicas. Daí a necessidade (há outros motivos) da existência destes centros de força no corpo dos espíritos.

Sei, já li em Libertação do André Luiz... Diga-me, quais seriam as funções do corpo etérico?
Caro amigo, deixa eu usar uma nomenclatura mais elegante: Parafisiologia do duplo etérico.

Por que parafisiologia?
Fisiologia seria o estudo do funcionamento do corpo físico, Parafisiologia seria além do corpo físico...

Explique qual é a função principal ou a função básica do duplo etérico?
Função básica: o corpo etérico é o veículo e a reserva da nossa energia vital, absorve o fluído vital e o distribui pelo corpo humano além de o transformar em fluídos sutis enviando-os ao corpo astral (perispírito). Função 2 - Produção de ectoplasma: o corpo etérico é o principal responsável pela elaboração do ectoplasma, portanto, participa diretamente na mediunidade de efeitos físicos e materialização dos espíritos. Função 3 - Exteriorização de energias nos processos de irradiação, passes magnéticos e similares. Há projeção de Energia Vital do corpo etérico em direção ao paciente, magos, médiuns, paranormais, feiticeiros, etc. Usam (conscientemente ou não), a projeção do seu corpo etérico com finalidade terapêutica ou criminosa. Função 4 - Programação do tempo de vida: o duplo etérico traz, em si, a programação do tempo de vida física do indivíduo, o duplo etérico possui um “quantum” de energia vital. Função 5 - Fixação do corpo astral ao corpo físico. Função 6 - Vitalização das formas pensamento: a mente cria formas de pensamento que se mantém pelo fluído vital que doamos e o alimento das formas pensamento. Da vida temporária a Estados Formas. Veja o nome: fluido vital... Formas pensamentos são emanações mentais nossas ou de desencarnados que são vivificadas por massas de Fluido vital. Também conhecidas como “Cascões Astrais” na Teosofia.
Por serem vitalizadas mantém-se com vida vegetativa temporária.

A vitalização é das “formas pensamento” ou “de” pensamento.
As formas pensamento ou criações ideoplásticas, são formas criadas pelo pensamento (corpo mental) que existem transitoriamente e que são vitalizadas (alimentadas com fluido vital) provindas do corpo etérico. Em nosso grupo mediúnico os médiuns desdabrados (projetados} vêem muito isto.

............................ Continua na próxima edição.


(Extraído da revista Cristã de Espiritismo 23, páginas 18-20)
Fonte:http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3670:fluido-vital-e-duplo-eterico&catid=81:vivencia

LEI DA DESTRUIÇÃO

Introdução: 

Embora nos custe compreendê-lo, a destruição também se constituí lei da natureza, cumprindo um sábio desígnio providencial. 

Sabemos que a vida orgânica é indispensável à evolução dos seres, e daí haver Deus estabelecido as leis de reprodução e de conservação com o fim de, por meio delas, assegurar o desenvolvimento do princípio inteligente que neles se elabora. 

A Lei de destruição é por assim dizer, o complemento do processo evolutivo, visto ser preciso morrer para renascer e passar por milhares de metamorfoses, animando formas corporais gradativamente mais aperfeiçoadas, e é desse modo que, paralelamente, os seres vão passando por estados de consciência cada vez mais lúcidos, até atingir, na espécie humana, o reinado da Razão.

Destarte, em última análise, podemos dizer, com base no livro "A Gênese", que: "preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Porque, o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos." 

A parte essencial dos seres – lembram os luminares da espiritualidade - não é o envoltório físico, mas o elemento anímico que o impulsiona, elemento esse que, sendo também imortal nos animais, retorna ao palco da vida terrena para a continuação de sua jornada progressiva, como ocorre com todas as criaturas de Deus. 


Ä Destruição necessária e destruição abusiva: 

"A destruição recíproca dos seres vivos é dentre as leis da Natureza, uma das que, à primeira vista, menos parecem conciliar-se com a bondade de Deus. Pergunta-se por que lhes criou Ele a necessidade de mutuamente se destruírem, para se alimentarem uns à custa dos outros.

Para aquele que enxerga apenas a matéria, que limita sua visão à vida presente, isto parece, com efeito, uma imperfeição na obra divina. É que em geral, os homens julgam a perfeição de Deus pelo seu ponto de vista; sua própria opinião é a medida de sua sabedoria, e pensam que Deus não poderia fazer melhor do que eles próprios o fazem. Com sua visão limitada, não lhes permite julgar o conjunto, não compreendem que, de um mal aparente, pode resultar um bem real. O conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira essência, e da grande lei de unidade, que constitui a harmonia da Criação, é o único que pode dar ao homem a chave desse mistério, e mostrar-lhe a sabedoria providencial e a harmonia, precisamente onde não via senão uma anomalia (s. f. Irregularidade; anormalidade; aberração; monstruosidade. (Do gr. anomalia.) e uma contradição.

Uma primeira utilidade, que se apresenta, desta destruição, utilidade puramente física, é verdade – é esta: os corpos orgânicos não se mantêm senão por meio de matérias orgânicas, sendo estas matérias as únicas que contêm os elementos nutritivos necessários à sua transformação. Como os corpos, instrumentos da ação do princípio inteligente, têm necessidade de ser incessantemente renovados, a Providência os faz servir para sua manutenção mútua; é por esse motivo que o corpo se nutre do corpo, mas o Espírito não é nem destruído, nem alterado; apenas se despoja de seu envoltório.

Há, além disso, considerações morais de ordem elevada.

É necessário a luta para o desenvolvimento do Espírito. Na luta é que ele exercita suas faculdades. O que ataca em busca do alimento e o que defende para conservar a vida usam da habilidade e inteligência, aumentando, em conseqüência, suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe; mas, em realidade, que foi o que o mais forte ou mais destro tirou ao mais fraco? A veste de carne, nada mais; ulteriormente (ulterior - adj. 2 gên. Que está, chega ou sucede depois; situado além; posterior; futuro. (Do lat. ulteriore.), o Espírito, que não morreu, tomará outra.

"Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, em os quais a inteligência ainda não substitui o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida.

Sob outro prisma, ao se destruírem uns aos outros, pela necessidade de se alimentarem, os seres infra-humanos (infra - pref. Termo que significa abaixo, na parte inferior.) mantêm o equilíbrio na reprodução, impedindo-a de tornar-se excessiva, contribuindo, ainda, com seus despojos, para uma infinidade de aplicações úteis á Humanidade.

Restringindo o exame desta questão apenas ao procedimento do homem, que é o que mais nos interessa, aprendemos com a Doutrina Espírita que a matança de animais, bárbara sem dúvida, foi, é e será por mais algum tempo necessária aqui na Terra, devido às suas grosseiras condições de existência. À medida, porém, que os terrícolas (adj. e s. 2 gên. Diz-se da pessoa ou animal que habita na terra.) se depurem, sobrepondo o espírito à matéria, o uso de alimentação carnívora será cada vez menor, até desaparecer definitivamente, qual se verifica nos mundos mais adiantados que o nosso.

Aprendemos, mais, que em seu estado atual o homem só é escusado (da responsabilidade) dessa destruição na medida em que tenha de prover ao seu sustento e garantir a sua segurança. Fora disso, quando, por exemplo, se empenha em caçadas pelo simples prazer de destruir, ou em esportes mortíferos, como as touradas, o "tiro aos pombos", etc., terá que prestar contas a Deus por esse abuso, que revela, aliás, predominância dos maus instintos.

O temor da morte é um efeito da sabedoria da Providência e uma conseqüência do instinto de conservação comum a todos os viventes.

Assim é que, nos povos primitivos, o futuro é uma vaga intuição, mais tarde tornada simples esperança e, finalmente, uma certeza apenas atenuada por secreto apego à vida corporal.

À proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; uma vez esclarecida a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim, calma, resignada e serenamente.

"Para libertar-se do temor da morte é mister (obs. lê-se mistér - s. m. urgente; necessário; aquilo que é forçoso. (Do lat. ministeriu.) poder encara-la sob o seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado pelo pensamento no mundo espiritual, fazendo dele uma idéia tão exata quanto possível, o que denota da parte do Espírito encarnado um tal ou qual desenvolvimento e aptidão para desprender-se da matéria.

No Espírito atrasado a vida material prevalece sobre a espiritual. Apegando-se às aparências, o homem não distingue a vida além do corpo, esteja embora na alma a vida real; aniquilado aquele, tudo se lhe afigura perdido, desesperado.

O temor da morte decorre, portanto, da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o receio da destruição total, igualmente o estimula secreto anseio pela sobrevivência da alma, velado pela incerteza.

Esse temor decresce, à proporção que a certeza aumenta, e desaparece quando esta é completa. 


Ä Flagelos destruidores - Guerras: 

Os flagelos destruidores são de dois tipos: os naturais e os provocados pelos homens. Na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocados a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais às produções da terra. Não tem, porém, o homem encontrado na Ciência, nas obras de arte, no aperfeiçoamento da agricultura, nos afolhamentos (afolhar - v. tr. dir. Dividir (o terreno) em folhas ou porções, para alternar as culturas) e nas irrigações, no estudo das condições higiênicas, meios de impedir, ou, quando menos, de atenuar muitos desastres? Que não fará o homem pelo seu bem-estar material quando souber aliar o sentimento de verdadeira caridade para com os seus semelhantes?

Os flagelos destruidores, por um outro lado, proporcionam condições para que a humanidade possa progredir mais depressa.

O homem é levado à guerra pela predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e também, pelo transbordamento das paixões.

A providência torna necessária a guerra objetivando a liberdade e o progresso.

Quanto à Humanidade, sua história não é mais que um longo martirológio (s. m. Lista dos mártires com a narração de seu martírio. (Do gr. martyr+logos.) Através dos tempos, por cima dos séculos, rola a triste melopéia (s. f. Peça musical com que se acompanha uma recitação; toada; forma de declamação agradável ao ouvido. (Do gr. melopoeia.) dos sofrimentos humanos.

A dor segue todos os nossos passos; espreita-nos em todas as voltas do caminho. E diante desta esfinge que o fita com o seu olhar estranho, o homem faz a eterna pergunta: Por que existe a dor?

Fundamentalmente considerada, a dor é uma lei de equilíbrio e educação.

Neste sentido, os flagelos destruidores são permitidos por Deus para que a Humanidade possa "progredir mais depressa". Aliás, a palavra flagelo geralmente é interpretada como algo prejudicial, quando, na realidade, representa o meio pelo qual as transformações necessárias ao progresso humano se realizam mais rapidamente.

É bem verdade que existem outros processos, menos rigorosos, para fazerem os homens progredir e Deus os emprega todos os dias, pois deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O homem, porém, não se aproveita desses meios. Necessário, portanto, que se faça sentir a sua fraqueza, vindo ele a responder pelo seu orgulho.

E com o abatimento do orgulho a Humanidade se transforma, como já se transformou noutras épocas, e cada transformação se assinala por uma crise que é, para o gênero humano, o que são, para os indivíduos, as crises de crescimento. Aquelas se tornam, muitas vezes, penosas, dolorosas, e arrebatam consigo as gerações e as instituições, mas são sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral.

Quando os flagelos naturais, tais como cataclismos (s. m. Revolução geológica que modifica a superfície da terra. (Do gr. kataklysmos.), enchentes, fome, epidemias de doenças e de pragas em plantações, a seca, os terremotos e maremotos, as erupções vulcânicas, os tornados, ciclones, etc., se abatem sobre a humanidade, muitos se revoltam contra Deus, perdendo oportunidades valiosas de compreender o significado de tais acontecimentos.

A Lei de Causa e Efeito exerce sua influência inelutável (adj. 2 gên. Que não se pode evitar; contra que não se pode lutar; irresistível; invencível. (Do lat. ineluctabile.) não só sobre os homens, individualmente, como também sobre os grupos sociais.

Assim, por exemplo, quando uma família, nação ou raça busca algo que lhe traga maiores satisfações, esforça-se por melhorar suas condições de vida ou adota medidas que visem a acelerar o seu desenvolvimento, sem prejudicar ou fazer mal a outrem, está contribuindo, de alguma forma, para a evolução da Humanidade, e isto é bom. Receberá, então, novas e mais amplas oportunidades de trabalho e progresso, conduzindo os elementos que a constituem a níveis cada vez mais elevados.

Se, porém, procede ao contrário, mais cedo ou mais tarde sofrerá a perda de tudo aquilo que adquiriu injustamente, em circunstâncias mais ou menos trágicas e aflitivas, segundo o grau de malícia e crueldade que lhe tenha caracterizado as ações.

É assim que, mais tarde, em outras existências planetárias, são chamados a expiações coletivas ou individuais, sob a forma de flagelos destruidores.

Acontece, porém, que muitos flagelos resultam da imprevidência do homem. À medida que adquire conhecimentos e experiência, ele os vai podendo conjurar, isto é, prevenir, se lhes sabe pesquisar as causas. Contudo, entre os males que afligem a Humanidade, alguns há de caráter geral, que estão nos decretos da Providência e dos quais cada indivíduo recebe, mais ou menos, o contragolpe. A esses nada pode o homem opor, a não ser a submissão à vontade de Deus. Esses mesmos males, entretanto, ele muitas vezes os agrava pela sua negligência.

Enfrentado esses flagelos naturais (aqueles que independem de sua vontade), o homem é impulsionado por força da necessidade, a buscar soluções para se libertar do mal que o ataca. É por isso que a dor torna-se um processo, um meio de equilíbrio e educação, como assinalamos acima.

Mesmo as guerras, que nada mais representam do que a "a predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento de paixões, geram a liberdade e o progresso da Humanidade".

Deus permite que haja a guerra e todas as suas funestas conseqüências, para que o homem, ao contacto com a dor, se liberte, por um lado, do seu passado de erros, e burile, por outro, as tendências más que ainda o fazem manter-se em atraso moral.


Ä Expressões de Crueldade: 

O que impele o homem à guerra é a "predominância das paixões. No estado de barbárie, os povos um só direito conhecem - o do mais forte. Por isso é que, para tais povos, o estado de guerra é um estado normal. À medida que o homem progride, menos freqüente se torna a guerra, porque ele evita as causas, fazendo-a com humildade, quando a sente necessária".

O homem não tem culpa dos assassínios praticados durante a guerra, quando constrangido pela força; mas é culpado das crueldades que comete, sendo-lhe também levado em conta o sentimento de humanidade com que proceda.

O sentimento de crueldade é o instinto de destruição no que tem de pior, porquanto, se, algumas vezes, a destruição constitui uma necessidade, com a crueldade jamais se dá o mesmo. Ela resulta sempre de uma natureza má.


Ä Os Espólios da guerra: 

Espólio – (s. m. Bens que ficam por morte de alguém; esbulho; despojo; espoliação. (Do lat. spoliu.)

"Porque é necessário que sucedam escândalos; mas aí daquele homem por quem venha o escândalo!"(Jesus – MT.18:7).

O pensamento do Celeste Amigo, retratado no texto epigrafado (epigrafar - v. tr. pred. e tr. dir. Pôr epígrafe em; intitular; inscrever; escrever como epígrafe.), prossegue sendo alvo para acuradas (adj. Feitas com grande cuidado e apuro; esmeradas.) meditações, sempre que se evidencia o problema do escândalo do mundo.

A ação que incita a guerra, por exemplo, assumindo sua expressão de crime contra a humanidade, é daquelas situações enormemente escandalosas, sem qualquer dúvida.

Não obstante possamos identificar escândalos de todos os tipos e em diversos níveis, aquele que a beligerância (s. f. Qualidade ou estado de beligerante. Beligerante: adj. 2 gên. Que está em guerra; que faz guerra. (Do lat. belligerante.) guerreira faz explodir é dos mais hediondos sobre a face do planeta.

Todos os esforços deverão ser empreendidos pelos seres humanos, para extinguir-se, em definitivo, a hidra (s. f. (mit.) ref. À Hidra de Lerna: Serpente de sete cabeças, morta por Hércules; (Do lat. hydra.) de goela esfomeada da guerra, seja por meio da diplomacia, que, hoje em dia, abençoa os entendimentos por meio do diálogo, seja através da educação popular, quando se fará ver às criaturas todos os inconvenientes de tais atrocidades, seja em razão do que for, numa fase em que a Humanidade deve exercitar a razão com todos os seus múltiplos componentes, trabalhando na esfera da paz.

As escolas, os templos, os lares, as empresas, laborarão para a paz, e, para isso, todas as baterias de providências estarão voltadas para a educação do indivíduo, de cujo cerne provêm todos os delitos, se ele está enfermo, tanto quanto advêm todas as luzes, à proporção em que avança para maior equilíbrio.

Ao pensar-se na guerra de extermínio, imagina-se que tudo estará concluído e solucionados os seus problemas, quando sejam assinados os tratados de tréguas nos pomposos gabinetes. Poucos dão-se conta dos desdobramentos da famigerada experiência, durante e após a sua ocorrência, sem cogitar-se dos tormentos que a antecedem.

Não morrem somente os que tombam nos campos de batalhas, ou os que são devorados por explosões grotescas de quaisquer tipos. Esfacelam-se, também, na pirambeira (s. f. (bras. do leste) Depressão do terreno; desbarrancado; despenhadeiro.) da morte, um número ilimitado de pais e de mães, que recebem objetos de uso pessoal e condecorações ou salários de ácidos dos seus filhos desaparecidos. Morrem esposas vencidas pela saudade e pela solidão, após receberem as documentações que honorificam (honorificar - v. tr. dir. Dar honras a; honrar; agraciar. (Do lat. honorificare.) seus companheiros desencarnados. Morrem na frustração ou na revolta, na mágoa ou no desejo de vingança contra a sociedade, multidões de filhos relegados à orfandade, tendo os nomes dos seus genitores glorificados no altar enregelado dos mausoléus dos heróis, que as pátrias lhes constroem, como se isto resolvesse o drama das dores morais insanáveis nos seres marcados pela guerra.

Quantos mutilados físicos passam a ostentar as deformidades que o endoidecido empreendimento lhes causou?

Quantos mutilados mentais, macerados (1. adj. Que sofreu maceração; mortificado.) por neuroses e psicoses de variada monta, agitam-se nos lares e nas ruas, espreitados (s. f. Vigiados; espionados.) pela definitiva loucura, raiando para os estados de danosa violência e de crimes hediondos, ou, ainda, para os chavascais (s. m. Terreno improdutivo, de má qualidade; bosque de espinheiros e outras plantas silvestres; (fig.) lugar imundo; pocilga; chiqueiro. (De chavasco.) do vício e do infortúnio?

Ao pensarmos sobre a mostruosidade que a guerra representa, apareça onde aparecer, apoiada no motivo que for, reflitamos nas mais amplas conseqüências dessa tragédia para a humanidade inteira

Não foi por acaso que o imbatível Herói da sepultura vazia conclamou-nos à paz, chegando a afirmar que os mansos herdariam a Terra e que os pacíficos seriam chamados filhos de Deus...

É certo que aquele que tem necessidade de resgates difíceis, resgatará em dificuldades... É compreensível que, quem deve às leis da consciência, pagará o devido preço... Entanto, ninguém deverá tornar-se o braço voluntário da Divina Justiça, nesse particular. 

O Criador da Vida tem maneiras e canais para fazer com que cada um retorne às linhas do equilíbrio indispensável, sem qualquer interferência danosa do irmão humano. Por isso assevera Jesus: "ai daquele homem por quem venha o escândalo!"

Envolvido nos teus afazeres, estudando, trabalhando, orientando ou realizando qualquer outra atividade, faze-te instrumento da paz, deixando que o suave ensino de Jesus Cristo ilumine a tua intimidade, a fim de que manifestando essa harmonia no teu coração, sejas, então, ponte de luz entre a Terra e os Céus, sem incentivar ou alimentar a guerra, nunca mais, mantendo-te sob o jugo do Senhor, que é formoso e que impulsiona à vida Feliz.


Ä Pena de Morte: 

"Mancha a vida quem provoca a morte" (Sêneca).

A pena e morte já existia entre os povos primitivos e, originariamente, restringia-se à prática da vingança privada.

A família constituía a única unidade social e o pai, arvorando-se ((pop.) assumindo por deliberação própria (título ou encargo) (De árvore.) em guia e chefe absoluto, exercia ad libitum (loc. adv. À vontade, arbitrariamente. (Do lat.) o "direito" de punir os seus familiares, podendo ordenar a morte por qualquer motivo. Fora do ambiente familiar imperava pura e simplesmente o princípio da vindita (s. f. Vingança; represália; despique; castigo, punição legal. (Do lat. vindicta.) - Olho por olho, dente por dente. Se alguém era assassinado, os parentes da vítima se apressavam em tirar a vida de um parente do assassino. Estabelecia-se, então, um círculo vicioso. Novos homicídios. Novas represálias entre as famílias dos ofensores e dos ofendidos. A morte rondava os lares, ceifando vidas, solapando (v. tr. dir. escravizando; minando.) as bases do edifício social em formação. Procedimento de bárbaros, imprudente e pueril. Incapaz, de resto, de deter a marcha natural da Civilização, de vez que "o homem é um animal social" e não pode viver fora do seu elemento – a Sociedade.

As famílias primitivas foram-se aglomerando em clãs. Do conflito de interesses individuais nasceram as classes sociais e os clãs foram impelidos a arregimentar-se num organismo coletivo – a Nação. O meio nacional, no entanto, não podia prescindir de uma organização política como instrumento para a manutenção da ordem comunitária. Daí o surgimento de um novo elemento – o Estado, que mais não é senão "a própria nação encarada do ponto de vista de uma organização política".

Já não predominava o arbítrio dos chefes grupais, via de regra escolhidos entre os guerreiros ou sacerdotes. O Direito passou a reger as relações humanas, disciplinando preceitos de obediência e estatuindo a aplicação de penalidades.

Mas a pena de morte sobreviveu a todo esse processo evolutivo, no tempo e no espaço.

E foram vítimas do "assassínio legal" - Sócrates, Joana d’Arc, Giordano Bruno, Savanarola...

Sem falar no mais odiável de todos os assassínios: o de Jesus-Cristo.

O código de Hamurabi, promulgado por volta do ano 2000 antes de Cristo (o mais remoto documento legislativo de que se tem notícia), já consignava a pena de morte. Prescreviam-se também as Leis Assírias(1500 a. C) e o Código dos Hititas (meados do século XIV a.C). O código de Manu, datado provavelmente de 1300 ou 800 a.C., cominava a pena capital para as mulheres que não tivessem conduta virtuosa.

Sucederam-se séculos. Transcorreram milênios. Esboroaram-se (v. tr. dir. Reduziram-se a pó; desmoronam; desfizeram-se em pó. (De boroa.) impérios. Libertaram-se os povos oprimidos. Transfigurou-se o panorama geográfico de vastas regiões. As páginas da História encheram-se de eventos sensacionais: a Renascença, pugnando (discutindo acaloradamente; defendendo, sustentando. (Do lat. pugnare.) pelo aprimoramento das artes plásticas e das letras e pela libertação das tendências medievais; a Revolução Industrial, inaugurando a era da tecnologia; os enciclopedistas, procurando consolidar e disseminar a cultura; a Revolução Francesa, pregando Liberdade, Igualdade e Fraternidade; a desintegração do átomo; a Cibernética; a moderna cirurgia dos transplantes de órgãos; a conquista dos espaços cósmicos. Todo um movimento coletivo visando ao progresso e à implantação da Justiça integral.

Todavia, se atualmente há imenso progresso tecnológico e a Ciência a cada passo vem revelando maravilhas nunca dantes suspeitadas, o homem ainda vê pairar sobre a sua cabeça a "a espada de Dâmocles" (Dâmocles - cortesão familiar de Dionísio, o Velho, tirano de siracusa (início do século IV a. C.) Para fazê-lo avaliar a fragilidade do poder dos siracusanos, Dionísio cedeu-lhe seu lugar durante um dia. No meio do banquete que ele presidia, Dâmocles percebeu, suspensa sobre sua cabeça, uma espada presa unicamente por um fio de crina de cavalo. (emprega-se a imagem da "espada de Dâmocles" para designar um perigo permanente.) da penologia vigente aqui e alhures: a pena de morte.

Reza o artigo III da Declaração Universal dos Direitos Homem, proclamada pela ONU, em 10 de dezembro de1948: "todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança de sua pessoa".

Trata-se, é certo, apenas de uma recomendação, que não tem força de lei. Mas, se os legisladores e os líderes da Humanidade estivessem cônscios de suas responsabilidades e realmente integrados na Civilização de que tanto se orgulham, nem precisariam de recomendação alguma para assegurar a todos um direito natural – a vida.

Dia virá, contudo em que a pena de morte passará às calendas gregas (momento ou tempo nenhum – pois as calendas não existiam entre os gregos – obs. Calendas – subst. fem. plural (do latim calendae) – primeiro dia do mês romano. Os últimos dias do mês precedente eram designados por seus números antes das calendas).

Incontestavelmente desaparecerá – lê-se em "O Livro dos Espíritos", e a sua supressão assinalará um progresso da Humanidade. Quando os homens estiverem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida da Terra. Não mais precisarão os homens de ser julgados pelos homens. Refiro-me a uma época ainda muito distante de vós".

É pena que essa época esteja ainda muito longínqua. Porém a pena de morte será extinta pelos legisladores do futuro – disso não tenhamos dúvidas. Há de prevalecer a Lei de Deus: - Não matarás.

Segundo um velho princípio do Direito Romano, "o fim da pena é a emenda" – o que importa numa condenação da pena capital, de vez que ao criminoso executado não se lhe pode facultar a oportunidade de emendar-se.

- A pena de morte não se apóia em nenhum direito – diz Beccaria.

Em sua obra "Dos delitos e das penas", ensina o eminente criminalista e filósofo italiano:

"para que uma pena seja justa, deve ter apenas o grau de rigor bastante para desviar os homens do crime."

Convidado a pronunciar-se sobre a pena de morte respondeu categoricamente o renomado jurisconsulto brasileiro Clóvis Beviláqua:

"- Sou contra, pelo seu caráter definitivo e pela falibilidade dos julgamentos humanos. A História registra, lamentavelmente, um número considerável de erros judiciários."

Em 1927 foram eletrocutados nos Estados Unidos os emigrantes italianos Nicolau Sacco e Bartolomeu Vanzetti, acusados de assassínio e roubo. Antes da execução, um dos verdadeiros criminosos, Celestino Medeiros, confessou sua culpa e inocentou aqueles dois condenados, mas a "justiça" inflexível, não quis reformular a sentença. Mandou matar os três...

Muito tempo depois morria Carl Chessman numa câmara de gás da Penitenciária de San Quentin, Califórnia, sob a acusação de ser o terrível "bandido da luz vermelha". Posteriormente descobriu-se a verdade: o "bandido da luz vermelha" era o gangster Charles Terranova, conforme declaração de sua própria viúva.

Outro caso: na prisão do Distrito de Colúmbia, Charles Bernstein estava prestes a perder a vida na cadeira elétrica, quando chegou, esbaforido, um mensageiro com a ordem da comutação da pena em prisão perpétua. Teria morrido se o mensageiro houvesse se atrasado alguns minutos. Curioso é que, dois anos após, surgiram provas irrefutáveis de que Bernstein era inocente do crime que lhe fora imputado. Foi posto em liberdade.

Não é raro ouvir dizer que a pena de morte evita o crime, por causar pavor à pessoa que intenta praticá-lo.

Nada menos exato. Em quatro Estados norte-americanos que aboliram a pena de morte, decresceu o número de homicídios. O maior índice de crimes de morte ocorreu precisamente nos Estados em que prevalece a pena capital.

O certo é que, como observa Beccaria, a experiência de todos os séculos prova que o "assassínio legal" nunca deteve celerados no caminho da delinqüência.

Quem está com a razão é o Ministro da Justiça da Bélgica, que afirma:

- Chegamos à conclusão de que a melhor maneira de ensinar a respeitar a vida humana está em nos recusarmos a tirá-la em nome da lei.

Surgiu, com o Cristianismo, a aurora de uma nova era. Jesus veio ensinar e exemplificar a verdadeira Lei de Deus. Pregou o amor, o perdão e a tolerância. A partir de então, não mais se poderia admitir a lei do "olho por olho, dente por dente", que tinha a contrapor-se-lhe a nova lei do "Amai-vos uns aos outros". E quem ama é capaz de sacrificar a própria vida em benefício de outrem, porém jamais de matar o seu semelhante.

Matar criminosos não resolve: eles não morrem.

Seus corpos descerão à sepultura, mas eles, Espíritos imortais, seguiram vivos e ativos, pensando negativamente no ar que respiramos.

E muitos poderão voltar piores do que foram.

O problema da criminalidade alimenta-se do egoísmo social, da exacerbação (s. f. Ato ou efeito de exacerbar; irritação. (Do lat. exacerbatione.) dos conceitos materialistas de vida, da deseducação e do desamparo das multidões ignorantes e carentes, que se revoltam contra os desníveis da fortuna e os exemplos irresponsáveis de corrupção, exibicionismo e desperdício.

Sem que essas causas letais sejam removidas, será inútil e contraproducente o apelo a falsas soluções de violência punitiva, cujo efeito será apenas o agravamento das vinditas e o favorecimento a erros judiciais irreparáveis. Para quem não ama a vida que tem, e odeia os seus semelhantes, a ameaça de morte só faz aguçar-lhe a ferocidade e o desespero.

A função diretiva dos Governos, em todos os níveis de autoridade, não pode ser de implacáveis carrascos vingadores. Cabem-lhes, sim, as responsabilidades de prevenir e combater o crime, conter e recuperar os criminosos, minorar as carências sociais, provendo educação e assistência para todos.

Será ilusão infeliz e criminosa a instituição de um Estado homicida e uma Justiça assassina, para viabilizar a paz social através da crueldade e do desforço.

O "não matarás" continua sendo Lei Divina, cujo descumprimento trará sempre, inevitavelmente, as mais desastrosas conseqüências.

E não adianta matar o corpo de um Espírito imortal, que somente o amor legítimo e fraterno pode transformar para o bem, a felicidade e a paz.




Bibliografia:


Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos – Das Leis Morais – Parte Terceira, cap. VI – Lei de Destruição – perguntas 728 à 765.

Kardec, Allan – A Gênese – "O Bem e o Mal" item 20, 23 e 24. No item 9 "São Chegados os Tempos".

Kardec, Allan – Livro – O Céu e o Inferno – itens – 2, 3 e 4 - páginas 20, 21 e 22.

Calligaris, Rodolfo – As Leis Morais – A Lei de Destruição - páginas 91 e 92; 

As Expiações Coletivas – Páginas de Espiritismo Cristão páginas 47 à 50.

Denis, Leon –O Problema do Ser, do Destino e da Dor – A Dor – perguntas 371, 372.

Revista – Reformador – FEB – julho, 1979 – página 12 "Pena de Morte" – I (Aureliano Alves Netto).

Revista – Reformador – FEB – agosto, 1979 – páginas 14, 15 – "Pena de Morte" – II (Aureliano Alves Netto).

Revista – Reformador – FEB – setembro, 1979 – página 12 – "Pena de Morte" – III (Aureliano Alves Netto).

Revista – Reformador – FEB – outubro, 1991 – páginas 06, 07, 08 e 09 (Juvanir Borges de Souza). 

Apostila da Federação Espírita do Paraná – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Programa I – Unidade III – subunidade 6 – Da Lei de Destruição. 

Dicionário Brasileiro Globo Multimídia.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural – vol. 6 e 8.
Fonte:http://introducaodoutrinaespirita.blogspot.com.br/2009/01/lei-da-destruio.html